Fêmea de vagalume se posicionando para acasalar
Quando criança, eu ficava encantado com aqueles insetos
que tinham um pequeno "lampião" no abdome, que acendia e apagava em
intervalos regulares, um autêntico pisca-pisca alado, que vagava na escuridão da noite campestre,
pontilhando-a com flashes de luz semelhantes a pequenas estrelas cintilantes.
Eu os apanhava, cuidadosamente, colocava-os na palma da mão e
ficava observando, virava-os, com o abdome para cima e olhava fascinado,
hipnotizado, para aquela luzinha, sem compreender nada e, então,
Intrigado, eu me perguntava, como
isso podia acontecer? como esses
besourinhos conseguiam gerar luz
no próprio corpo? como eram capazes de controlá-la, acendendo e apagando, como
se tivessem um interruptor interno.
Era algo impressionante e misterioso, para mim, pois naquela época, eu não sabia
nem como eles eram capazes de emitir
luz, nem o porquê dessas emissões,
tampouco como as controlavam. Assim, eu os soltava e, atentamente, seguia
seu voo, com o olhar, até sumirem
de vista, na escuridão.
Vagalume, Comunicação Luminosa
Luz do vagalume, vital para a reprodução
Imagem: Insect Images
Jessica Louque, Smithers Viscient, Bug wood.org
Jessica Louque, Smithers Viscient, Bug wood.org
Node Affiliation: University of Georgia
Este
dom de emitir luz, do vagalume, chama-se bioluminescência
que é a extraordinária capacidade natural que alguns seres vivos tem de gerar e
emitir luz, por meio de reações bioquímicas em células especializadas de seus
corpos.
Fêmea piscando, "diálogo" em flashes de luz para acasalar
Tanto para o vagalume, que é um tipo de besourinho pertencente à família Lampyridae, com luz no abdome, como para o pirilampo, outro besourinho, distinto, de outra família a Elaperidae, com dois pontinhos de luz próximos à cabeça, a luminescência tem uma importância vital para eles.
Ela é utilizada num tipo de comunicação especial, entre macho e fêmea, para o acasalamento. A fêmea, não voa, (é desprovida de asas) se posiciona numa folha ou na grama e pisca para o macho que está acima dela, voando, ele, por sua vez, reconhece o sinal e pousa, para acasalar.
Uma Criaturinha que Entusiasma os Cientistas
Focados no vagalume, os cientistas estão melhorando a
iluminação nas luzes LEDs, tornando-as mais eficientes e econômicas. Na
medicina, os elementos que produzem luz no vagalume (luciferina e luciferase)
são utilizados, também, para testar medicamentos.
Outros Animais Bioluminescentes
Há, além do vagalume, outros
bichos bioluminescentes, como minhocas, caracóis, peixes, moscas e muitos outros, além de cogumelos. Conheça
alguns deles.
A Lula que Brilha no Fundo do Mar
Lula Abraliopsis
Imagem: flickr
Esta bela lula luminescente que habita as escuras águas do mar profundo,
usa a sua bioluminescência como defesa contra predadores.
Cogumelos Luminosos na Escuridão da Floresta
Luminosos e elegantes, eles abrilhantam e embelezam a
solitária paisagem noturna, aparentemente vazia.
Imagem: flickr
Graciosos cogumelos luminescentes brilhando na escuridão
da noite, em plena floresta, como se
fossem os únicos seres do lugar. É de fato, uma visão belíssima.
Melanoceto Johnsonii, Luz para se Alimentar
Assim como o vagalume que usa sua bioluminescência, para
proliferar, este habilidoso peixinho de nome científico Melanoceto Johnsonii e
também conhecido como Peixe-pescador,
(nome bem apropriado) a utiliza para se
alimentar e sobreviver nas profundas águas oceânicas.
Apesar de ter uma carinha de
"mal-encarado", cabeça enorme, uma bocarra com dentes afiadíssimos
e parecer bem assustador, é, na
verdade, um nanico de pouco mais de 15
cm, sendo os machos ainda menores com cerca de 3 cm.
Este pequeno herói, vive a três quilômetros de profundidade,
suportando uma imensa pressão equivalente a 300 vezes a da superfície, numa escuridão
avassaladora, um verdadeiro breu, além de um frio enregelante.
Ele tem uma
prolongação na frente de sua cabeça,
parecida com uma varetinha flexível,
autêntica “varinha de pescar” e na ponta existe uma protuberância luminescente, uma espécie de “isca luminosa", igual a luz do vagalume, ele faz uso dela,
engenhosamente, para atrair, distrair e
devorar peixinhos incautos como o da figura que está perigosamente próximo da enorme boca desta "ferazinha".
Até mais...
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