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sábado, 4 de julho de 2015

Flores, As Belas e Sábias Sedutoras do Reino Vegetal

A intensa alegria da moça ao receber tão singelo presente!
Crédito da Foto: / 123RF Stock Photo
Por Rubens Bacelar

Não é a toa que a flor tem o dom de atrair e emocionar pessoas com visões e pontos de vistas totalmente diferentes, seja o cientista que logo vai querer estudá-la,  profundamente,  desvendando os seus segredos, ou o pintor que, apaixonadamente,  quererá retratá-la em cores vivas e realistas, também o poeta que, inspirado,  comporá um belo poema em sua homenagem, o homem de negócios perceberá que tamanha beleza é lucrativa, podendo ser difundida para muitas outras pessoas, ou, ainda, um religioso que, por certo,  agradecerá a Deus pela criação de tão formosa estrutura e a mais simbólica e romântica de todas essas emoções é a intensa alegria e prazer de uma mulher quando ganha um buquê de flores do seu amado.

Mesmo o indivíduo sem nenhuma dessas motivações, citadas acima, ainda se sentirá atraído pelas cores, formas, perfume e beleza geral delas, não deixando de reverenciá-las, às vezes, discreta e até silenciosamente, com seu olhar de admiração e carinho.

O que é uma Flor?

A belíssima e perfumada flor, Dama da Noite (Cestrum nocturnum)
Crédito da Foto: Rishu83 / Foter / Creative Commons Attribution-ShareAlike 2.0 Generic (CC BY-SA 2.0)

Quem vê uma linda e delicada flor não imagina quanta sabedoria, inteligência e astúcia evolutivas elas desenvolveram para sobreviver  e  se multiplicar. Mas o que é uma flor? Para os botânicos uma flor é simplesmente um pequeno galho ou ramo especializado, cujas folhas se modificaram formando os órgãos de reprodução da planta.

No livro "Fundamentos da Biologia Moderna" os autores, Amabis e Martho, escrevem que uma flor completa tem quatro verticilos florais, conjunto de folhas especializadas ao redor de um ramo curto, o receptáculo floral e protegendo-a estão as sépalas que juntas denominam-se cálice, também as pétalas que além de protegerem, atraem polinizadores e reunidas são chamadas de corola, mais internamente estão o órgão masculino, chamado de androceu e o feminino, de nome gineceu.

As flores existem há muito tempo, mais tempo do que pensavam os pesquisadores. Recentemente os paleobotânicos (estudiosos dos vegetais fósseis) descobriram pólens fossilizados de flores primitivas com mais de 240 milhões de anos de idade, do Período Triássico, o primeiro  período da Era Mesozóica, quando os dinossauros ainda não dominavam nosso Planeta.

A Polinização

A polinização é o encaminhamento do grão de pólen, do órgão masculino, onde é produzido, para o órgão feminino da mesma flor ou de outra flor de espécie idêntica, ocorrendo a fecundação e aí o ovário da flor vira fruto e o óvulo transforma-se na semente contendo o embrião da futura planta.

Uma flor completa, como já vimos, tem os dois órgãos, tanto o masculino (androceu) quanto o feminino (gineceu)  e, portanto, ela pode polinizar a si mesma, só que tal processo não traz vantagens para ela, uma vez que não permite a variabilidade genética, então, a flor,  habilidosamente, cria mecanismos que evitam a autopolinização.

Ela pode amadurecer um órgão de cada vez (masculino ou feminino) ou pode gerar uma esterilidade tornando o grão de pólen incompatível com o órgão feminino, ainda criar uma diferença de tamanho entre os órgãos que impede a fecundação, enfim, é uma forma de realizar a chamada reprodução cruzada, com outras flores da mesma espécie.

Harmonia com o Ambiente e as Criaturas

Pode-se dizer, sem sombra de dúvida, que a flor vive em perfeita harmonia com o ambiente, onde consegue mobilizar, a seu favor, tanto as forças da natureza  (vento, água) quanto legiões inteiras de criaturas com alta capacidade de mobilidade,  como insetos, pássaros e mamíferos,  utilizando-se, para isso, de atrativos como beleza, cor, cheiros de vários tipos e até sabores, como o delicioso néctar que disponibiliza para alguns deles.

Esses seres as auxiliam, voluntariamente, a gerar novas plantinhas e proliferar pelo Planeta, isto ocorre por meio da  polinização, Poderíamos  imaginá-las, do ponto de vista humano (fantasiando um pouco) como damas lindas, graciosas, inteligentíssimas e cheias de gratidão.

Para ser polinizada pelo vento, as flores produzem muito pólen dotados de pequenas “asas” para flutuar, facilmente, não precisam ser tão charmosas, entretanto,  devem ter estames (partes do órgão masculino) longos que balançam, lançando muito pólen para o vento carregar, enquanto o estigma (parte do órgão feminino) apresenta abertura maior para receber os grãos,  que “pousam” sobre ela


Bonitas, muito coloridas e cheirosas para
 agradar aos exigentes e laboriosos insetos 
Crédito da Foto: Tracy27 / Foter / CC BY-NC-ND

No entanto, para atrair os insetos que são bem exigentes, elas se apresentam muito coloridas e perfumadas e o grão de pólen é dotado de ganchos ou tem aderência para grudar no corpo dos bichinhos, uma “encomenda” prontinha e muito prática para o transporte. 

Coloridas, belas e com delicioso néctar para conquistar o velocíssimo Beija flor
Crédito da Foto: B Gilmour / Foter / CC BY-NC-ND

Da mesma forma para receber a visita de aves como o elegante  beija-flor, durante o dia, elas precisam estar bonitas, bem coloridas e ter algo delicioso para a visita saborear, como o néctar,

Muito cheirosas e com saboroso néctar para atrair
um dos mais eficientes e dedicados polinizadores
Imagem> flickr

Mas as que são polinizadas por um bichinho que gosta de sair à noite, um notívago, como o morcego, devem ser extremamente cheirosas,  para serem localizadas, obviamente, não necessitam ser vistosas, isso não adiantaria na escuridão, mas tem que agradar ao ilustre visitante, com a gostosa substância açucarada, o néctar, uma espécie de “manjar fino”, para ele, que funciona como um, “grata, volte sempre”..

Num belíssimo artigo que li, intitulado,  Morcegos: O Chamado das Flores Susan Mcgrath, narra com detalhes o momento exato em que o pequeno morcego Glossophaga commissarisi  poliniza uma flor da planta Mucuna (parente do feijão) resumindo o que ela descreve, o bichinho enlaça a flor, num abraço rápido, inserindo seu focinho na fenda aberta pela própria flor e lança sua lingua comprida arrebentando a fava, lhe dando acesso ao tão desejado néctar, enquanto o órgão produtor de pólen da flor, já livre, polvilha pólen, de cor amarelo-ouro nas costas do morceguinho.

Hibisco, a Flor que Vive 1 Dia

A bonita flor do  Hbisco, uma existência passageira 
Imagem: Pixabay 

A bela  e delicada flor do Hibisco, vive apenas um dia e inspirado nela existe um lindo pensamento – “Viva cada dia, como se fosse o único para se viver”, isso significa viver a vida com qualidade, sabedoria, responsabilidade  e maturidade,  levando em conta sua individualidade, interesses e motivações.

A Flor Cara de Macaco

A pequena orquídea com as feições de um símio
Crédito da Foto: Columbus GV Team / Foter / Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 2.0 Generic (CC BY-NC-SA 2.0)

As orquídeas são flores que tem a merecida fama de serem lindas e exóticas, terem as formas mais diversas, lhe dando aparências inusitadas, porém, uma que apresenta traços exatos da fisionomia de uma criatura de outro reino, isso sim, parece inacreditável.

Mas esta florzinha exibe, claramente, o rosto de um macaco e suas sépalas são parecidas com caninos bem pontudos, como as presas do famoso vampiro do cinema, o Drácula, atribuindo-lhe uma aparência esdrúxula, para um vegetal.

É uma flor raríssima de nome científico Dracula Símia, seu descobridor foi o cientista chileno Hugo Gunckel Luer e ela floresce nas matas do Peru e Equador.

A Flor Negra

Ela parece erguer-se, majestosamente, da vegetação verde, destacando-se
"Tacca chantrieri1". Licensed under CC BY-SA 3.0 via Wikimedia Commons.

Nos acostumamos a ver flores de coloridos deslumbrantes e formatos mais familiares e interessantes que nem imaginamos que possam existir outras de aspectos diametralmente opostos. É o caso da Flor Negra (Tacca Chantrieri) ela apresenta uma beleza peculiar que  contrasta com as outras flores de colorido  brilhante  e não exala nenhum cheiro.

Dela pendem fios longos que lhe conferem uma aparência ainda mais distinta e, reforçando esta distinção, suas inigualáveis pétalas escuras,  parecidas com as asas abertas de um morcego, fazem com que ela se assemelhe a esse bichinho e por isso, seja, também, chamada de Flor Morcego.

Rafflesia arnoldii, A Maior Flor do Mundo

A gigantesca Rafflesia Arnoldii, um tanto fora dos
 padrões “normais” que estamos acostumados
"Rafflesia arnoldi 2013-12-31 21-48" by User:Rendra Regen Rais - Own work. Licensed under CC BY-SA 3.0 via Wikimedia Commons.

Outro hábito que temos é o de imaginarmos flores sempre com dimensões um tanto reduzidas, de poucos centímetros, mas a verdade é que existe uma flor considerada a maior do mundo, chamada Rafflesia Arnoldii, que mede mais de 1 metro de diâmetro e pesa mais de 10 quilos, ela foi descoberta por dois pesquisadores ingleses em 1818. A grandiosa e bela flor foi batizada com o nome dos dois cientistas que tiveram o privilégio de encontrá-la, Stamford Raffles  e Joseph Arnold.

A Sabedoria Inspirada pelas Flores
A “Flor-de-Lótus Sagrada”
 
Fiore di loto
Lótus, a incrível capacidade de manter-se
sempre limpa, comprovada, cientificamente.

Imagem: flickr

Para  o budismo a flor-de-lótus representa a pureza do corpo e da mente, a flor emerge do fundo lamacento e cresce em direção à superfície buscando a luz,  se mantendo, impecavelmente, limpa e bonita, simbolizando o indivíduo em seu crescimento espiritual.

Apesar de nascer na lama e suas raízes permanecerem fincadas nela, a perfumosa flor, de brancura imaculada, se mantém, muito  limpa e seca, ocorrendo o mesmo com as grandes folhas da planta, isso é algo que impressiona até os cientistas que descobriram que elas são capazes de se limparem sozinhas, podendo expulsar água, pó, lama, fungos, permanecendo, limpas e brilhantes.

E o mais intrigante para os estudiosos, a flor-de-lótus é capaz de gerar calor, como um ser humano (temperatura de 35º) ela faz isso para poder atrair insetos, facilitando a polinização, essa regulação de temperatura num mamífero é perfeitamente compreensível para a ciência, mas num vegetal é ainda um grande mistério.

Realmente, faz muito sentido ela gerar calor, pois está sempre dentro d’água isso a tornaria  bastante fria e sabemos que os insetos não apreciam coisas geladas, portanto, recepcionando-os num ambiente agradavelmente aquecido, o retorno de um potencial polinizador é garantido. Que artifício maravilhoso dessa florzinha! 

Para completar esse leque de qualidades, os cientistas recolheram uma semente de lótus, no fundo de um lago, que tinha mais de 1300 anos de idade, porém, o mais impressionante é que a sementinha ainda estava em condições de ser plantada, pois manteve, durante todo esse tempo, sua capacidade de germinar, intactas, demonstrando uma longevidade extraordinária. 

Nascimento de Buda em Lumbini, retratado na parede de um templo no Laos
"Birth of Buddha at Lumbini" por myself - Picture of a painting in a Laotian Temple. Licenciado sob CC BY-SA 3.0 via Wikimedia Commons

Buda, o mestre religioso, fundador do budismo, tinha um carinho especial pela flor de lótus. Diz-se que quando ele nasceu e começou a andar, onde pisava desabrochava uma flor de lótus. Certa vez Buda chamou quatro  discípulos e segurando uma bela flor de lótus  pediu-lhes que descrevessem  o que tinha nas mãos.

O primeiro respondeu fazendo uma dissertação  intelectual sobre flores, o segundo a descreveu como um grande poeta, criando, inclusive,  um lindo poema sobre ela, o terceiro construiu uma perfeita parábola  para descrever a bela flor, o quarto discípulo, bem mais objetivo, chegou perto do mestre, tocou a flor, carinhosamente, com seus rosto, a cheirou e disse tratar-se de uma flor- de-lótus, simples e bela como tudo aquilo que é oriundo de Deus.

Buda ficou satisfeito com sua resposta e disse que ele tinha sido o único discípulo que realmente havia identificado o que ele segurava, uma bela e simples flor de lótus. Um outro grande  exemplo do importante significado das flores para os budistas, ocorreu num remoto mosteiro,  um discípulo perguntou ao seu mestre como deveria fazer para não se aborrecer com as imperfeições das pessoas,  daquelas  que caluniam,  mentem, das que são ignorantes ou indiferentes, enfim,  ele enumerou uma série de defeitos que observava nelas, fazendo-o sofrer e até odiá-las e a resposta do mestre foi um conselho  simples e interessante, que  ele  vivesse como as flores.

Disse-lhe isso, olhando os belos lírios de um jardim próximo, então, o jovem discípulo quis saber o que isso significava e o sábio explicou-lhe que as flores apesar de nascerem  no adubo (estrume) surgem perfumadas e puras, tirando o melhor daquela matéria pouco cheirosa, para viverem, belas, espalhando um agradável odor pelo ar. 

Assim, ele deveria fazer, extrair dos outros o melhor possível para ser feliz, pois as imperfeições pertenciam aos outros e não a ele, por isso, não havia motivos para perturbação e finalizou dizendo que viver como as flores, significava desenvolver a virtude de rejeitar, sabiamente, todo o mal que viesse de fora.

O mestre Jesus, no Sermão da Montanha
Imagem: wpclipart

A Bíblia menciona cinco flores, dentre elas está o lírio. Segundo São Mateus (um dos apóstolos de Jesus Cristo) durante o famoso  discurso no Sermão da Montanha,  Jesus  fez um verdadeiro elogio às flores, dizendo: “Olhai os lírios-do-campo, eles não trabalham nem tecem,  no entanto, eu vos digo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles”.

Temos mais uma alusão a esses belos seres vegetais, em  Cânticos 5:13 “Suas faces são como um jardim de especiarias que exalam perfume. Seus lábios são como lírios que destilam mirra”.  


Aprecie Algumas Belas e Exóticas Flores


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Créditos das Imagens do Slide Show
(Com seus respectivos links)


Imagens: Pixabay

 Cipó de Sino Roxa
 Dália Vermelha
 Orquidea Amarela
 Orquídea Lepkeorchidea




 Orquídea Phalaenopsis
 Orquídea Tropical
 Orquídea Violeta Branca
 Orquídea Violeta





sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Tiranossauro Rex, O Monstruoso Predador do Mesozóico

O "lagarto" rei tirano, um predador colossal
Imagem: pixabay

Por Rubens Bacelar

O Tiranossauro Rex (rei dos répteis tiranos) foi uma gigantesca e extraordinária criatura que chegava a medir mais de 14 metros de comprimento, pesar cerca de 8 toneladas e atingir uma altura entre 5 a 8 metros, este monstruoso predador viveu no Período Cretáceo da Era Mesozóica,  há mais de 66 milhões de anos.

O que os paleontólogos falam sobre este terrível monstro é de gelar a espinha e nos tirar o fôlego, despertando um misto de medo, admiração, e ao mesmo tempo aguçando nossa curiosidade, imensamente. 

Poderia Engolir uma Pessoa Facilmente

Um monstro terrível que "reinava" em sua época
Crédito da Foto: currybet / Foter / Creative Commons Atribuição-Compartilhamento pela mesma licença 2.0 Genérica (CC BY-SA 2.0)

Ele era terrível, feroz e sem predador, “reinava” absoluto e além de ter uma mordida considerada a mais forte de todos os animais, tinha, também, a famosa “mordida séptica”, que infectava com bactérias de sua boca, quem fosse mordido por ele

Essa enorme boca repleta de dentes cortantes e curvados para dentro, que impedia que a presa escapasse e fugisse, pois quanto mais ela tentasse sair da boca do bicho, mais se furava e se rasgava, nas pontiagudas extremidades dos enormes dentes, como anzóis e para evitar isso, só indo na direção da garganta, para ser engolida,  o que presa nenhuma queria. 

A silhueta de um Tiranossauro Rex, vagando ao amanhecer, era assustadora
Crédito da Foto: Tau Zero / Foter / Creative Commons Atribuição-Não Comercial-Compartilhamento pela Mesma Licença 2.0 Genérica (CC BY-NC-SA 2.0)

A bocarra desse monstro era capaz de engolir uma pessoa adulta, completa com facilidade, só de pensar  já é assustador. Deveria ser apavorante cruzar o caminho de um Tiranossauro, pois poderia ser a última coisa que se veria  antes de descer goela abaixo.
Um Bicho Veloz
Para completar o poder desse gigante, um estudo recente confirmou que ele era um animal veloz, tinha uma boa visão e ótimo olfato, era capaz de farejar presas a grandes distâncias. Essas qualidades  o tornavam um bicho sempre alerta, ágil  e muito perigoso..

Um "Cardápio" Agressivo e Bem Armado

A comida favorita do Tiranossauro, um  feroz Triceratops
Crédito da Foto: Foter / Creative Commons Atribuição-Compartilhamento pela Mesma Licança 3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0)

Entre suas presas favoritas estava o grande  Triceratops, um dinossauro herbívoro (alimenta-se de plantas)  com mais de 9 metros de comprimento e 3 metros de altura, também muito feroz. Dotado de dois grandes  e pontudos chifres (acima  dos olhos) e um outro menor no nariz, era muito forte e reagia, violentamente, aos ataques do Tiranossauro, podendo inclusive feri-lo, até mortalmente.

Porém, não era páreo para o faminto e cruel carnívoro que, segundo pesquisadores americanos,  arrancava a cabeça do Triceratops com mordidas vorazes e puxões violentos e provavelmente começava a devorá-lo, preferencialmente, pelo pescoço.

O Tiranossauro, também, poderia ser um canibal, devorando os de sua própria espécie. Tal era sua ferocidade que travava lutas  mortais com seus rivais quando disputavam suas fêmeas. Por outro lado, esse “lagartão” é um animal enigmático e polêmico que divide até os estudiosos sobre sua verdadeira natureza, se era, de fato, um caçador ou um carniceiro.

Caçador ou Carniceiro?

Pela sua aparência monstruosa uns acreditam ter sido um caçador e portanto, um predador feroz, rápido e implacável, por estar bem "armado", com mandíbulas tão poderosas, equipadas com mais de 50 dentes pontiagudos e serrilhados, alguns com mais 20 centímetros  de comprimento, verdadeiros cortadores de carne, que os cientistas chamam de “dente-banana”, pelo seu formato.

Já outros especialistas creem que ele era um animal carniceiro,  por ser grandalhão, pesado e provavelmente lento. Ele pode ter sido as duas coisas, caçador e carniceiro, ao mesmo tempo (assim como os atuais leões e tubarões que caçam animais vivos e os perseguem a grandes velocidades, além de comerem  carniça) sendo, portanto, um oportunista. Felizmente, hoje, podemos observá-lo através de seus restos fossilizados  na segurança dos museus espalhados pelo mundo.

Dominaram por Mais de 160 Milhões de Anos

Seus imponentes esqueletos fósseis são exibidos com sucesso nos museus, 
causando grande impacto e despertando profunda admiração nos visitantes
Crédito da Foto: D.H. Parks / Foter / Creative Commons Atribuição-Não Comercial 2.0 Genérica (CC BY-NC 2.0)

O tempo que nos separa dessa fera carnívora é tão longo que nem tomamos consciência (mais de 65 milhões de anos)  um tempo tão distante que não dá para  medirmos e compreendermos com clareza, tamanha  a escala de tempo.

Tudo era muito diferente na Era Mesozóica, desde o clima, as plantas, os animais, havia muitos vulcões ativos e os espaços na Terra eram muito grandes porque, naquela época, os continentes estavam unidos, formando um único  e imenso continente denominado Pangéia.

Nesse cenário muito especial e agigantado, os dinossauros eram a espécie dominante e conseguiram se manter como tais, por mais de 160 milhões de anos, quando foram  extintos e os especialistas tem  teorias que tentam explicar como isso aconteceu.

Um Longo Domínio que Chega ao Fim

Gigantesco vulcão da Era Mesozóica em erupção 
répteis marinhos plesiossauros, nadando
Imagem: wpclipart

Alguns paleontólogos acham que os dinossauros foram extintos por causa das grandes e numerosas erupções vulcânicas ocorridas  em sua época que teria causado alterações climáticas na Terra, afetando essas enormes criaturas.

Outros acreditam que foram exterminados  devido a queda de um asteroide que produziu uma imensa nuvem de poeira, gases e ácidos, envenenando o ar e envolvendo a região em escuridão e frio que destruiu o ecossistema, vital para eles.

Qual Seria a Verdadeira Aparência Desse Monstro?

Enorme cabeça fossilizada de Tiranossauro Rex, 
atingia mais de 1 metro e meio de comprimento
Por Copyright © 2005 David Monniaux (Trabalho próprio) [GFDL or CC-BY-SA-3.0], via Wikimedia Commons

Este gigante realmente impressiona e mesmo quando observamos, apenas, seus fósseis, podemos perceber o terror que ele causava nas suas presas, também gigantes, que viviam nas florestas do longínquo Período Cretáceo.

O Esqueleto não  Revela Muito da Criatura Viva 

Se nunca tivéssemos visto um galo será que se 
reconstituiria com fidelidade sua verdadeira imagem?
Imagens pixabay: Silhueta galo esqueleto

Ilustrar, artisticamente, um dinossauro, um espécime que viveu há milhões de anos, já está extinto, nunca  foi visto em vida, por um ser humano e fazer isso  a partir de seu esqueleto fossilizado, não é tarefa fácil para um paleoartista, um desenhista e pintor com exímios conhecimentos em paleontologia, anatomia e biologia. Esse profissional retrata também plantas e o ambiente pré-histórico no qual o ser retratado viveu.

Para fazer a ilustração da imagem de um animal que nunca foi visto  é preciso muito estudo, conhecimentos anatômicos, dedicação, pesquisa, comparações com animais vivos, enfim, até porque o esqueleto de um animal não indica muita coisa sobre sua verdadeira aparência, quando vivo.

O exemplo acima desse  parente do Tiranossauro, o galo, apresenta um esqueleto  que não diz muita coisa sobre sua aparência física, viva, toda a parte preta seria o belo animal com uma crista vermelha muito bonita e uma plumagem branca brilhante. Se alguém nunca tivesse visto um galo, não seria possível criar sua imagem com perfeição.

Em seu livro “Todos os Passados: vistas únicas e especulativas de dinossauros e outros animais pré-históricos” o escritor e paleontólogo inglês Darren Naish, com ilustrações dos paleoartistas John Conway e CM Kosemen, mostra alguns dinossauros, de forma diferente e bem humorada, até quebrando aquela rigidez que estávamos acostumados a ver na retratação daqueles incríveis  seres já extintos.

O próprio Tiranossauro que sempre vemos bastante ameaçador e destrutivo, está ilustrado como um bichinho simpático, aparentemente  inofensivo e tirando um “cochilo”, tranquilamente,  numa posição muito familiar, parecida com nossos animaizinhos de estimação, uma nova maneira criativa e inteligente de mostrar o outro, provável, lado daqueles bichos que bem poderiam ser bonitos, garbosos, coloridos,  não tão assustadores e sombrios, vivendo num cenário de uma beleza primitiva sem par.


Até mais...